Sobre Morar Sozinha

Sair da casa dos pais é maravilhoso. Não ter que dar satisfação a ninguém, fazer o que quiser, dormir à hora que quiser, arrumar o lar do teu jeito, desarrumar o lar do teu jeito...

Se isso apenas fosse verdade!

Sair de casa significa que teus pais ainda vão te ligar todos os dias querendo novidades, e tu vais atender, porque tu amas eles e deves isso a eles.

Fazer o que quiser significa curtir o fim de semana adoidado curtindo a casa, porque tu trabalhaste a semana toda e só quer saber de descansar e curtir o teu cantinho. Sem falar na hora que dormes. No meu caso, no máximo às 23h.

A bagunça da casa te deixa nervosa e tu agora entendes porque tua mãe vivia pedindo para tu arrumares teu quarto.

A decoração maravilhosa que tu sonhavas para o teu apartamento não será compatível com o teu bolso. Os cômodos espaçosos que tu planejavas não estão dentro da tua capacidade de pagar por um aluguel.

Após trabalhar no mínimo 8 horas, tu terás que chegar em casa, verificar se a geladeira está em dia, se há louça para ser lavada (sempre tem), cuidar disso e de outras tarefas de casa. Não bastasse isso, tu ainda terás que ir à academia e, eventualmente, dar atenção ao teu namorado/marido.

Mas não me entendam errado. Sair da casa dos pais é maravilhoso.

Tudo vale a pena quando tu percebes que aquele mínimo apartamento está sendo mantido por ti (e, novamente, eventualmente, um companheiro). 

Dá prazer curtir o fim de semana adoidado em casa, vendo um filme ou seriado, cozinhando um prato novo na TUA cozinha.

Manter a casa organizada e limpa te mantém em paz.

Fazer as compras no supermercado é um evento: se atualizar nos produtos novos no mercado, conferir preços...

Escolher morar em um lugar mais simples e mais barato é saber priorizar pela economia para planos futuros.

Crescer é difícil, mas nos faz pessoas mais fortes e melhores. Nos prova que somos resistentes às adversidades e que temos motivos de nos orgulhar das nossas menores conquistas, como ter encontrado um rodo maravilhoso.

*Baseado na vida de uma jovem comum de 27 anos que não nasceu em berço de ouro e não ganha rios de dinheiro com seu trabalho.